Temer nomeia pastor evangélico, do mesmo partido de Bolsonaro, para presidir a Funai
Os movimentos sociais, especialmente os que lutam em defesa dos direitos das comunidades indígenas, terão mais desafios no próximo período. O presidente Michel Temer nomeou nesta sexta-feira (13/01) para presidir o principal órgão que cuida do tema, a Funai (Fundação Nacional do Índio), o pastor evangélico Antônio Fernandes Toninho Costa, do PSC, mesmo partido de Marco Feliciano, Jair Bolsonaro e tantos outros parlamentares contrários aos direitos humanos e também às causas das comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas.
A decisão, no entanto, não surpreende, dada às nomeações feitas até agora e também à intenção inicial do governo de nomear o general da reserva do Exército, Sebastião Roberto Paternelli Júnior, também do PSC. A intenção, anunciada logo após a posse de Temer no Palácio do Planalto, foi duramente criticada pelo PSOL e pelas organizações que atuam no setor.
A presidência do órgão estava sendo ocupado interinamente há sete meses. Pastor Antônio, como é conhecido na Primeira Igreja Batista no Guará, em Luziânia-GO, é formado em odontologia, com especialização em saúde indígena pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mas atualmente trabalha como assessor parlamentar do PSC na Câmara dos Deputados, segundo informações da agência Amazônia Real.
A nomeação do pastor tem a ver com o interesse do governo em acelerar a finalização de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em áreas indígenas. O nome de Antônio Toninho Costa foi anunciado pelo Ministério da Justiça menos de 24 horas após Temer exigir do ministro Alexandre de Moraes que resolvesse a questão da Funai, durante reunião na quarta-feira (11/01), em Brasília. Na ocasião, Temer foi avisado que a Funai não tinha um presidente efetivo.
Sob o comando do PSC
Embora o general Paternelli Júnior não tenha sido o escolhido para presidir o órgão, um outro militar foi nomeado para o cargo de Diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai. O general do Exército Franklimberg Rodrigues de Freitas, que é assessor do Comando Militar da Amazônia, em Manaus, também era um dos indicados pelo PSC para comandar a Funai, cujo nome também foi criticado por organizações indígenas e de direitos humanos.
Embora o general Paternelli Júnior não tenha sido o escolhido para presidir o órgão, um outro militar foi nomeado para o cargo de Diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai. O general do Exército Franklimberg Rodrigues de Freitas, que é assessor do Comando Militar da Amazônia, em Manaus, também era um dos indicados pelo PSC para comandar a Funai, cujo nome também foi criticado por organizações indígenas e de direitos humanos.
O comando da pasta, no entanto, continuou nas mãos do PSC, partido presidido pelo Pastor Everaldo Nascimento, que defende as bancadas ruralista e evangélica.
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