Família de pedreiro morto na Vila Kennedy pensa em processar o Estado
A família do pedreiro José Pio Baía Júnior, de 45 anos, estuda entrar com uma ação contra o Estado. O homem foi morto na manhã desta terça-feira após ser atingido por um tiro de fuzil na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. Segundo a advogada Paula Lindo, que representa os parentes do pedreiro, as circunstâncias têm que ser analisadas com rigor. Ela destaca também que ele era uma pessoa trabalhadora, querida por toda a comunidade carioca, sem antecedentes criminais e que, hoje, deixa cinco filhas.
Existe o relato de um erro de uma agente do Estado, e em decorrência desse erro, precisamos verificar as medidas cabíveis. A princípio, o Estado tem que ressarcir, pelos prejuízos causados. Foi uma vida ceifada. A situação é muito triste. O relato, na verdade, indica que a operação já tinha acabado. A viatura estava saindo do local e acabou ocorrendo a execução. Do que a gente escuta, não há outra possibilidade que não seja um disparo efetuado por um agente do Estado — afirma a advogada.
Segundo Paula, o laudo pericial ainda não saiu. Ainda segundo ela, no local, comenta-se que foi um único disparo, realizado por trás e a perfuração entrou nas costas e saiu na altura do pescoço de José Pio.
Jorge Baía, irmão da vítima, conta que a família foi procurada, nesta terça-feira, por representantes da Secretaria estadual de Vitimização do Rio. Segundo ele, uma ação contra o Estado poderia servir para que outras famílias do Rio não passem pelo que eles estão passando neste momento.
Processar infelizmente não vai trazer a pessoa de volta, mas, é claro, que temos que prosseguir (com a ação) para ver se conserta algo. Todos os dias vemos casos assim. São jogadores de futebol, pedreiros, inocentes com vidas diferentes mas tendo o mesmo fim trágico — comenta Jorge, que mora na comunidade vizinha de Vila Aliança, também na Zona Oeste carioca.
A família de José Pio conta que a mãe do pedreiro, Eva Maria Baía, de 67 anos, planejava visitar os filhos no Rio. Ela mora em Cachoeira Alegre, Minas Gerais, e acabou de completar os estudos. José Pio veio para o Rio há 22 anos. Comprou uma quitinete na Vila Kennedy e, com o tempo, foi ajeitando as obras. Hoje, a casa onde morava com a filha e o neto, tinha três andares.
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